quarta-feira, 16 de junho de 2010

Nós

Quando olhei nos teus olhos senti algo, como uma chave a abrir um cofre, houve um click. Nunca fui dessas pessoas de acreditar no amor à primeira vista e, mesmo sendo estúpido, ainda não. Mas sei que houve qualquer coisa nos teus olhos irreconhecível que fez com que te tornasses o meu pensamente constante, e sabia que não podia desviar o olhar. Nisto comecei a querer ver-te a todo o instante, mesmo não sendo possível. Tornaste-te o herói dos meus sonhos e isso fazia-me sorrir cada vez que acordava e me lembrava do que tinha sonhado. Ficámos juntos, mais juntos que o mar com as conchas. Fomos felizes. Fomos um só, quando nos abraçavamos, sentados na areia da praia, e diziamos coisas sem pés nem cabeça um ao outro. Chegou a ser tão puro cada momento, que deixámos a fala e começamos com a comunicação por olhos.

E vi o desenrolar da história, tiveste que te ir embora e agora sinto imenso a tua falta. Sinto imenso a tua falta que chega a doer.
Agora as lágrimas correm pela minha cara constantemente, e no meu peito... no meu peito parece que abriram um buraco enorme, uma ferida.
As minhas palavras no meio dos soluços do choro, são sempre as mesmas. "Volta para mim", digo eu e grita o meu coração, e o buraco no meu peito já não tem "voz".
Há lua cheia hoje, que me faz pensar em ti: meio mundo de distância. E isso é fustrante. Como nós nunca nos separamos, eu estava ainda mais desesperada de salvar o que já havia compartilhado, como um círculo vicioso. Mas o meu desespero só fez com que nos afastassemos ainda mais.

Nesta corrida continua em tua busca, vi algo que me fascinou. Era uma pessoa, tal e qual como tu. Alto, não muito musculado, cabelos arruivados e ouvi uma voz melodiosa que chamou por mim. E aí percebi: não era tal e qual como tu, eras tu.

Tinhas voltado e isso era óptimo. Fui sentindo o buraco no meu peito a fechar à medida que te aproximavas de para me abraçares. Quando me abraçaste, olhei-te nos olhos e fiquei contente por perceber que ainda sabias da comunicação. "Eu nunca me esqueci de ti, muito menos de tudo o que vivemos" disseste tu, e após dessa frase, deste-me um beijo que me cortou a respiração por instantes. Algo que nunca tinha mudado, e queria que fosse assim... para sempre.
E para esse brevíssimo instante, ele diz que estamos tão juntos como estavamos quando ele partiu.
E hoje penso para mim que a nossa história tem três partes, tal como todas as outras se desenrolam: um príncipio, um meio e um fim. E eu ainda não consigo acreditar que a nossa não vai durar para sempre.
Mas tu dizes que sim, e eu acredito em ti e nas tuas palavras que agora secam as lágrimas que escorreram pela minha face.
Agora voltou tudo ao ínicio da história: um amor descomunal e constante é o sentimento que me percorre o corpo, estejas tu ausente ou presente. Sempre foste o brilho dos meus olhos e nunca há-de mudar isso. Eu amo-te desde... desde o momento em que... Não interessa, eu amo-te e sempre te vou amar. E tu promete-me que nunca vai deixar de ser para sempre e jura que me amas.
Mas agora deixemos as promessas e vamos aproveitar o momento. Vamos dar de novo as mãos e caminhar juntos na praia.
Vamos ser felizes, como eramos antes de partires.



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